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Já se perguntaram pq o sexo anal é tão excitante e popular dentro da cena fetichista? Particularmente, entendo q existam (ao menos) dois fatores envolvidos nisso:

(1) temos o estigma social q condena o ato como sendo algo degradante ou pecaminoso, fato q torna a tal "sodomia" um gesto de rebeldia e contestação com sabor de proibido, fortalecendo a cumplicidade intimista do casal q atua unido pelo acobertamento desse "segredinho sombrio"; (2) a própria anatomia da região favorece o surgimento de fantasias disciplinares, visto q a musculatura apertada do ânus torna a penetração um processo delicado e, por vezes, doloroso, exigindo maestria por parte do dominador, e confiança/entrega incondicional por parte da submissa.

Esse 2º fator é, penso eu, o mais relevante no contexto BDSM. Digo isso, pois, a sensibilidade elevada da região implica na ambiguidade prazer/dor q, somada ao controle de contração e relaxamento do esfíncter, acaba por conduzir a um joguinho perverso no qual a obediência em "se abrir" é recompensada com o prazer e a relutância do "corpo fechado" é castigada com a dor. Diante dessa situação, uma submissa —especialmente em fase de treino—, vai gradativamente transferindo a autoridade q tem sobre o próprio corpo ao seu dominador q, pouco a pouco, se converte no dono do seu cu. Isso faz do sexo anal a maneira mais didática, natural e divertida de ensinar a uma sub q é gostoso obedecer.

Para mim, nada é mais excitante do q domar minha escrava obtendo acesso irrestrito à "portinha dos fundos". É o ápice da relação D/s! Sendo uma boa enrabada a expressão mais visceral das dinâmicas de poder, toda a liturgia q permeia o ato não passa, a meu ver, de mera representação cênica... Uma sofisticada forma de jogar com nossos anseios sabotando a plenitude do coito em vista de potencializar o desejo.

Ou seja, "comemos pelas beiradas" deixando o melhor pro final, como se a apropriação do rabo alheio fosse o topo da montanha mais alta a ser escalada e como se toda a jornada até lá devesse ser saboreada atenciosa e vagarosamente. Mas, esclarecido acerca de minhas próprias perversões, não tenho receios em declarar q, em última análise...

"Só o cu'me interessa!"
Cara o sexo anal e oral é mais pratica no geral do que o sexo vaginal pois abrange várias categorias de praticante.
Gostei do post bom texto sucesso 🤝
Alguma mulher pra fazer o fetiche fart em Bh ou região ?
Eu acho que isso é mais pela perspectiva masculina mesmo, até hoje conheci poucas mulheres que tinham tanto interesse no tema, geralmente é feito mais para agradar. (Até porque biologicamente só homem tem próstata)
  2 hours ago, angelass said:
Eu acho que isso é mais pela perspectiva masculina mesmo, até hoje conheci poucas mulheres que tinham tanto interesse no tema, geralmente é feito mais para agradar. (Até porque biologicamente só homem tem próstata)
Expand  

Isso não é verdade. Atualmente, mais de 80% das mulheres praticam ou têm vontade de praticar sexo anal.
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Além disso, existe uma mística em torno na próstata q gera entendimientos equivocados como o q vc apresentou e reforça estigmas ao invés de confrontá-los. A sensibilidade ao prazer anal é essencialmente anal, não prostática. Isso se deve ao fato de toda a região pélvica —incluindo o ânus—, ser irrigada pelo nervo pudendo, o mesmo q enerva a glande (cabeça do pênis) no homem e o clitóris na mulher. A próstata, por sua vez, é irrigada pelo nervo hopogástrico, o mesmo q enerva o colo do útero na mulher e, portanto, o prazer q sua estimulação provoca é equivalente ao experimentado por uma mulher qnd a extremidade do pênis toca o fundo do seu útero. Ou seja, o estímulo da próstata é meramente aditivo, não é a causa exclusiva de todo o prazer q envolve o sexo anal.
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O mito da próstata enquanto "ponto G masculino" foi criado pela autora feminista Sheron Hites na sua publicação "The Male Sexuality Reports" (1981), baseado, não em estudos científicos sobre a sensibilidade erógena da região, mas em relatos de presidiários adeptos da prática. O livro fez um sucesso relativo na época da publicação, apesar de ter recebido muitas críticas da comunidade científica, mas a ideia de q os homens teriam uma vantagem biológica em relação às mulheres no q se refere ao prazer anal adquiriu respaldo midiático por conta se sua capacidade de mobilização política. Isso pq essa explicação —ainda q falaciosa—, ajuda a resolver um dilema entre as militâncias feminista e a LGBTQIA+, q consiste em legitimar o prazer anal entre os gays ao mesmo tempo q condenado o sexo anal como expressão de misoginia contra as mulheres, algo q lamentavelmente é vocalizado por muitas feministas até hj.

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